SÃO PAULO – Está sobrando vaga de emprego em TI. As próprias empresas confirmam a fartura de posições no setor e reclamam por não achar quem as preencha. Alegam falta de qualificação, mas há outras razões.
Profissionais da área questionam os salários oferecidos pelas companhias. Consideram os valores muito baixos e incompatíveis com as muitas exigências feitas pelas companhias em termos de qualificação.
Essa falta de acordo sobre salário entre empregadores e candidatos é o grande conflito vivido atualmente pelo setor.
Há relatos de propostas de trabalho cujas remunerações sequer chegam a R$ 2 mil, valor baixíssimo para um segmento conhecido por pagar melhores salários do que ocorre em outras carreiras. O resultado é que muitos preferem realizar trabalhos como freelance à espera de melhores propostas de trabalho com registro em carteira (CLT).
No entanto, as grandes empresas de tecnologia do país negam que remunerem mal seus colaboradores de TI. Alegam oferecer valores compatíveis com o mercado.
Rodolfo Eschenbach, líder da área de gestão de talentos da Accenture, considera exagerados os salários pedidos e questiona a mentalidade dos profissionais de TI, segundo ele muito imediatista. “Está acontecendo uma inflação de salários, com o pessoal pedindo [valores] 20% acima da média. Pensam no curto prazo. Querem ganhar dinheiro e não pensam em construir algo no futuro. A Accenture procura pessoas com potencial e que queiram desenvolver as suas carreiras na empresa”.
Eschenbach diz que a companhia possui diversas vagas em aberto, mas enfrenta dificuldade para contratar no modelo tradicional, razão pela qual tem investido em algumas iniciativas, como o programa "Traga seus Amigos". Por meio dele, os próprios funcionários da Accenture fazem indicações de profissionais em troca de um bônus (cujo porcentual não é revelado) em seus vencimentos. Segundo a empresa, dependendo da área, uma indicação bem sucedida pode rende até um salário adicional.
De acordo com o responsável pela área de gestão da empresa, o prêmio é pago quando o indicado completa três meses na companhia.
*Fonte: www.info.abril.com.br
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